A palavra pandeiro, segundo Mauricio Molina, terá a sua origem a partir do árabe bandayr, aparecendo em fontes mais tardias na Península Ibérica (séc. XV, XVI).

Pandeiro” em Trás os Montes ou “Pandeiro Mirandês” (de Miranda do Douro), é no séc. XXI um instrumento de percussão tradicional portuguesa, frame drum, bimembranofone de formas diversas (o que o distingue claramente do adufe, além das suas dimensões serem mais reduzidas): triangular, hexagonal, pentagonal, losangular e quadrangular. Dentro do instrumento podem ser colocados bordões, guizos ou sementes.

Apesar de ser um frame drum tal como adufe, de ser português e de ter formas semelhantes, é necessariamente um instrumento diferente.

De destacar o extraordinário trabalho do músico e artesão Paulo Meirinhos (Galandum Galundaina), na recuperação e divulgação do instrumento. Neto do artesão Alfredo Ventura e de Maria R. Fidalgo, diz em pandeiromirandes.blogspot.pt: “Ora, l único que fazíe pandeiros an Dues Eigreijas era Tiu Alfredo (miu abó) que se murriu hai binte anhos, i zde anton para acá nunca mais soube de naide que fazissa estes strumentos. Anton, quando nun hai, hai que ambentar algo…” A construção e a utilização dos instrumentos quase desapareceu. Neste sentido, é também fundamental o trabalho de registo, nomeadamente, os mais recentes vídeos do realizador Tiago Pereira, onde se pode ver Maria H. Ventura (MPAGDP, projecto 755) e Fernanda L. Atanásio, (que também constrói) de Freixo de Espada-à-Cinta (MPAGDP, projecto 1617). Nos registos áudio de Veiga de Oliveira, era possível ouvir o pandeiro a acompanhar a gaita de foles, uma instrumentação que, infelizmente, parece ter desaparecido.

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